10/02/2013

Uma (Não Tão) Pequena História

-Tudo o que vive, morre.
-Sobrevivência é o modus operandi da vida.
-Seres vivos são “programados” com várias ações a fim de sobreviver.

As três afirmativas acima são verdades sólidas. O tipo de constatação ao qual não duvidamos de sua veracidade. Com a evolução da vida, espécies eram sujeitas a riscos e recompensas, determinando a duração de seu tempo vital. Através de tempo e experiência, estes atos “programados” de sobrevivência eram colocados a teste, abandonados, ou absorvidos e passados para a geração futura, caso fossem eficientes. O conjunto de bons programas, determinava um ser como "mais forte"(Sobrevivência do...). 

Quando o Homo sapiens sapiens apareceu, os modelos vieram com ferramentas fantásticas derivadas de seus ancestrais, como o polegar opositor e um bipedalismo virtuoso. Mas, a característica mais marcante da espécie extante do gênero Homo era:

A habilidade de perguntar “Por quê?”.

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Isto, fez com que tudo que conhecemos atualmente da história e cultura humana fosse possível. Essa questão inocente é prova maior da evolução de nossas placas-mãe neurais. Essa pequena linha de código, que pode ser usada pra incitar geniais resoluções de problemas, perceber aspectos importantíssimos da vida, e até uma encheção de saco ocasional (notável técnica dos infantes), é o que faz de nós humanos a espécie atualmente mais evoluída do planeta.

Sendo o cume evolucionário do planeta, sobrevivência é algo mais fácil de se manter, mesmo possuindo corpos frágeis, comparado com outros seres vivos. O que nos faz essencialmente nerds da escola do ecossistema. "Correr para sobreviver" é um código agora pouco usado pelos humanos, porque nossos computadores cranianos descobriram formas de lidar com os grandes "bullies", que podem nos matar e comer facilmente. Como? Perguntando "Por quê?", claro!
Então, estando nessa posição privilegiada, onde apenas algumas doenças e nós mesmos (os decepcionados) são a maior ameaça da via humana em geral, nós ficamos extremamente confortáveis, sentados em florestas de concreto, assistindo a tecnologia e a qualidade de vida evoluir, aumentando efetivamente nossas chances de sobrevivência e tempo de vida. Tudo isso enquanto reclamamos e colocamos hashtags bestas em todas as coisas...

E agora, aquela fantástica e pequena pergunta já não trazia mais vontade de saber para quem a utilizava. Lentamente, ela virou a base da lamentação humana. Mais e mais pessoas se punham a lamentar, enquanto as famintas por conhecimento só diminuiam. (Por quê?)

O que (finalmente) nos leva ao meu ponto.

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Hoje, os humanos estão a esquecer o uso do "Por quê?". Não como lamento, que podemos ver e ler com abundância em qualquer rede social, mas de fato inquerir e procurar por respostas simples e complexas, ou até mesmo novas questões. Escrevo aqui para evidenciar que essa falta de questionamento é ainda mais escassa em relação a nós mesmos. Estamos vivendo em grandes revoluções de magnitudes diferentes, e "parar pra pensar", é algo raramente praticado, ou mesmo colocado em desuso pela maioria das pessoas. 

O que proponho em dividir aqui são sugestões de como entender melhor a si mesmo e a todos, utilizando esse código formidável (Questionar e Racionalizar 2.0b). Não é algo fácil para qualquer pessoa, especialmente adultos, ponderar sobre nós mesmos sem quebrar a já frágil auto-confiança de tantas pessoas hoje. A humanidade foi banhada em Romantismo, trabalho e tecnolgia sugadores de tempo, no curso dos últimos séculos, o que basicamente nos deu ideais inalcançáveis e períodos longos de lamentação. Isso, pareado com competição e selvageria, outras duas linhas de código eficientes para sobreviver, modelaram o mundo como hoje conhecemos e odiamos (pela internet) hoje.

Um grande período de poucas ameaças a humanidade e portanto, a prática de não questionar nossos valores, opiniões, hábitos e padrões, fizeram nossa insaciável sede de resolução rápida e busca por conhecimento altamente dependente dos outros. E ficamos presos com a única maneira efetiva de conseguir qualquer coisa, desde atenção até coisas de valor. "Choramos", como bebês, esperando pela misericórida de nossos pais, ou outras pessoas. E os adultos do mundo atual são experts em reprogramar o código de chorar, e até manipular verdadeiros pais, ou "aspirantes".

Então, através dos próximos textos, tentarei expor vários de nossos padrões de viver e incitar o questionamento sobre os mesmos. A maioria parecerá óbvia para o leitor, e sabendo disso, posso declarar um pequeno sucesso, já que "pensar que o óbvio não vale a pena questionar" é uma das tristes constantes do cérebro. E estamos aqui para hackeá-lo!

Espero de fato que isso possa ser de ajuda para alguém, como foi para mim. Não é um processo fácil e rápido, e sim uma jornada interior de descoberta que pode ser realizada mudando pequenos hábitos, como uma atualização do nosso sistema operacional, ou um mapeamento completo do HD, ou talvez mesmo... Evolução!


Obrigado, por me emprestarem seus olhos e precioso tempo.

Novamente, com grande carinho,


Gustavo

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